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Adrão e o Ventor

Eu nasci na serra de Soajo e Adrão, nas suas encostas, é o meu berço

Adrão e o Ventor

Eu nasci na serra de Soajo e Adrão, nas suas encostas, é o meu berço

Nasci em Adrão e, desde muito novo, iniciei as minhas caminhadas pela minha serra - a serra de Soajo. Em 2009 ouvi falar de uma cruz que tinha sido colocada no Alto da Derrilheira. Numa caminhada realizada com os meus companheiros e amigos da serra de Soajo, Luiz Perricho, António Branco e José Manuel Gameiro, fomos recebidos no nosso mais belo Miradouro como mostra esta foto.


Algumas das vacas da serra, receberam-nos e, na sua mente, terão dito: «contempla Ventor, mais uma vez, toda esta beleza que nunca esqueces. Este é o teu mundo e é nele que o Senhor da Esfera te aguarda». Tem sido sempre assim, antes e depois da Cruz.


Se quiserem conhecer Adrão, Soajo e a nossa serra, podem caminhar pelos meus posts e blogs. Para já, só vos digo que fica no Alto Minho.



Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!


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Aqui nasce o rio Adrão


Das melhores coisas da minha vida, foi caminhar no rio de Adrão. Até aos 15 anos e depois, à medida que por lá ia passando. Nesses tempos eu caminhava no meu rio como caminho hoje por muitos trilhos limpos.

 

O rio Adrão nasce aqui e vai perder-se enleado em matagais sem fim


28.01.21

Tojo-Gatunho


Ventor

Tojo-gatunho uma flor amarela pouco sociável para as gentes mas que, quando florido, veste de amarelo as minhas montanhas lindas, na serra de Soajo, participando no seu embelezamento.

Nas moitas dos tojos escondem-se os coelhos e também nelas fazem as suas camas, onde dormem na sombra. O tojo mantém-se florido quase todo o ano e tal como a giesta e a carqueja, vestem de amarelo as montanhas da serra de Soajo. Escusado será dizer que, para mim, o tojo foi um dos meus inimigos vegetais até aos meus 15 anos. Quando via nascer o tojo em zonas proibidas cortava-o, tal como fazia às silvas. Se olharem bem esses espinhos (acúleos), eles metem respeito a toda a gente. E eu não esqueço na minha ida à Pedrada em 2013, com os meus amigos Eira-Velha, Luiz Perricho e António Branco, dia em que sofri um ataque de coluna que me pós a coxa direita a "ferver" como uma panela, ao descermos a Férrea, caí e fui aprisionado por moitas de tojo das quais só depois de me levantar e cair, só à terceira vez me consegui libertar delas e senti a pele gelada de uma cobra castanha a roçar nas minhas costas. Foi a segunda maior tormenta na serra de Soajo, esta devida ao tojo e, ainda hoje, olhando o tojo, julgo que ele se ri de mim.

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Linda flor amarela mas "mázinha" devido à sua protecção pelos acúleos do arbusto que lhe dá vida

Antigamente, pela bela serra de Soajo, os tojos não tinham a sorte que têm hoje. Muitos deles eram comidos, quando à nascença, ainda tenrinhos, pelos animais que eram pastoreados em redor dos lugares. Vacas, cavalos, cabras e ovelhas, davam-lhe um grande desbaste. Também as populações o cortavam, a força de pulso, para, quando seco, servir para fazer as camas dos gados nas cortes. Em Maio os estrumes eram levados para os campos para fazer as sementeiras.

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Amostra de moita de tojo-gatunho

Mas hoje, para tristeza minha, vejo tojos enormes que pintam em demasia as nossas montanhas lindas com a cor amarela e, à falta de melhores circunstâncias, eles tentam deslumbrar-me com as suas cores ao mesmo tempo que as abelhas me preparam as melodias mais lindas.

Ainda há dias, junto ao cemitério de Adrão assisti a isso. Olhava o monte que desce do cemitério até ao rio, monte que há cerca de 38 anos eu subi com 40º (quarenta graus) à sombra num ápice, vindo da Assureira, até à casa do meu amigo Joaquim da "Chica" nas minas do Miguel. O calor não teve força para me fazer cancelar a caminhada mas os tojos de hoje têm! Acredito que se o tentasse, não sairia dos arredores do moinho de pedra que existe no rio.

Apesar das suas propriedades negativas os "ulex europaeus" e todas as espécies "ulex", como o tojo-gatunho (ulex densus) ainda são capazes de me encantar com a sua floração amarela nos meus belos montes.


As Montanhas Lindas do Ventor, são as montanhas da serra de Soajo, da serra Amarela, do Gerês, ... são as montanhas dos meus sonhos e são, também, as montanhas de toda a minha gente