Soajo e os seus Sabujos
Caminhei nas ruas de Soajo, em 14 de Setembro de 2018, a "fugir" ao calor. Fotografei a estátua da concha, o Eiró com o Poleirinho e a Igreja onde fui baptizado e fiz alguma aceleração por algumas das suas ruas.
E claro, pela segunda vez, deparei-me com este fiel amigo. Eu na rua e ele deitado nas escadas. Fotografei o seu companheiro de pedra e não só e, com uma grande calma apontei-lhe a máquina e fotografei-o.
O meu amigo Sabujo de Soajo
Há amigos que de sabujos não têm nada
A posição dele foi sempre a mesma. Olhos fitados, em mim, a controlar os meus movimentos. Acenei-lhe várias vezes e mandei-lhe um beijinho com a mão na despedida. E ficamos amigos como dantes. É a segunda vez que o vejo. Nem um latido! Se calhar o dono estava na sesta e ele não o queria acordar, mantendo-se silencioso como o seu companheiro de pedra.
O Sabujo de granito que na nossa serra de Soajo simboliza uma das alcatifas do Ventor
É este o belo Sabujo de Soajo, o cão que perseguia ursos, corsos, javalis e lobos, o cão dos Reis, o cão das montarias, o cão amigo dos seus donos, o cão que foi adoptado pelas gentes de Castro Laboreiro como se fosse um cão original daquelas terras mas continuará sempre a ser o cão Sabujo de Soajo. É com este olhar que ele faz a pergunta de guerra, no seu combate, entre nuvens de confusão: "friend or foe" (amigo ou inimigo)! Se disseres friend e não o fores, não o enganarás. Ele ataca porque lê nas pupilas dos teus olhos que lhe estás a mentir. E é também nessas mesmas pupilas que ele lê se és um amigo.
Ele viu que eu era o Ventor e que o Ventor é sempre um amigo de todos os animais. Não sei o nome dele mas o "Hello, Friend" é praticamente universal. Que sejas muito feliz na tua terra de Soajo, amiguinho.