Lucanos Cervus ou Vaca Loura
As vacas louras ou Lucanus Cervus são escaravelhos. São, dizem os sabidos, os maiores escaravelhos da Europa.
Lucanus Cervus macho, foto tirada da Wikipédia
Lá vai ele, o lucanus cervus, em cima, caminhando e observando o seu mundo. É um animal em perigo de extinção. Há pessoas que julgarão uma parvalhice defendermos a continuidade de animais que, aparentemente, não servirão para nada mas estão redondamente enganados. Todo o ser vivo tem a sua missão neste planeta azul e nós como seres racionais, devemos olha-los como companheiros de caminhada. Não é por acaso que é uma espécie protegida pela legislação portuguesa e pela legislação europeia.
Um lucanus cervus vai descolar dessa mão. Ele tem uma missão a de optar pela sua liberdade
Olhem para esta beleza! A pessoa que o segurou deve ter sentido um grande prazer na sua libertação. Todos temos direito à vida e à liberdade.
As larvas da vaca loura, podem durar de 1 a 5 ou 7 anos e podem atingir 10 centímetros de comprimento. Eu penso que hoje, lá pelos nossos lados, haverá mais hipóteses de as larvas dos lucanus cervus terem mais possibilidade de singrar na vida. No nosso tempo, todas as madeiras eram aproveitadas para lenha, o único combustível, então existente.
Há muitos carvalhos mortos, como este, lá pelas bouças da Assureira, mundo ideal para o lucanus cervus
Hoje há muitas madeiras podres a começar por carvalhos mortos cujos troncos apodrecem no chão sem que alguém lhes ligue. Já não têm a importância que tiveram outrora e as larvas têm despensas cheias para destruir 23 cm cúbicos de madeiras podres por dia. Há o senão dos fogos. Claro que os fogos também destroem as larvas das vacas louras como tem acontecido por aí. Os incêndios dos últimos anos, na serra de Soajo, com a destruição dos carvalhos da Brusca, e da mata de carvalhos do rio Ramiscal (entre outros), são um exemplo da caminhada negativa para esta espécie e muitas outras.
Isto tudo vem a prpósito porque, á cerca de um mês, caminhava eu armado em grande observador, pelos jardins de Monserrate e, a dada altura, encarei com um aglomerado de madeiras, como esse da foto em baixo. Fui espreitando e não me apercebia do objectivo daquela madeira. Por fim dei com o post e li, cuidadosamente, para que servia aquele empilhamento de troncos. É um processo que os defensores da biodiversidade têm para defender esse animal fabuloso, o lucanus cervus, que todos que pisam os bosques de carvalhos, e não só, deverão conhecer. Eu conheço-o da Assureira e dos carvalhos do ti Valente a caminho do Marco d'Além, onde uma vez apanhei um desses grandes com umas grandes mandíbulas, a que chamamos cornos.
Depois dessas minhas caminhadas primitivas, lá pelo meu berço, só vi uma vaca loura (macho), o tal Lucanus Cervus, junto de uma barragem no Alentejo e a voar. Ainda tentou pousar numa azinheira mas, por qualquer razão, seguiu voo. Nunca mais vi nenhum ou nenhuma.
Já me tinha apercebido que estes animais correm perigos vários e vivem no limbo da existência, como já por aqui tinha escrito mas, depois de ver aquele amontoado de troncos, acho que devia voltar a dizer algo sobre eles.
Não esqueçam que todos os animais são preciosos na nossa caminhada, neste Planeta Azul.