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Adrão e o Ventor

nas suas caminhadas por Adrão e pela serra de Soajo. Eu nasci na serra de Soajo e Adrão, nas suas encostas, é o meu berço

Adrão e o Ventor

nas suas caminhadas por Adrão e pela serra de Soajo. Eu nasci na serra de Soajo e Adrão, nas suas encostas, é o meu berço

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Vejam estes golosos a comer rojões assados na serra mais linda do mundo - a serra de Soajo


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Assar rojões na serra de Soajo, nos braseiros dos torgos das urzes, é uma tradição de séculos. Os que eles estão a comer em cima, são estes. Eu estou de serviço às fotos.

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Poulo dos Cagordos

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Nesta foto, o Poulo dos Cagordos fica, exactamente, na última ponta direita dos pinheiros. è um belo centro para fotografar tudo em volta

As minhas Montanhas Lindas vistas desde o Poulo dos Cagordos

Para mim é uma beleza observar as montanhas de Adrão, na serra de Soajo, com a centralização no Poulo dos Cagordos. Dali, podemos observar quase tudo até ao Alto da Derrilheira e, embora não tenha aí a foto, até podemos ver o Alto da Pedrada, espreitando pela descida da Corga da Vagem quando se debruça sobre os montes de Bordença.

 


As Montanhas Lindas do Ventor, são as montanhas da serra de Soajo, da serra Amarela, do Gerês, ... são as montanhas dos meus sonhos e são, também, as montanhas de toda a minha gente

A Serra de Soajo

Desde que me conheço, sempre me metia nojo ver vários mapas que localizavam a serra de Soajo em várias posições. Na serra Amarela, numa "esquina" de um dos seus sopés (montes de Vilar de Suente), ou chamar-lhe apenas e só, Outeiro Maior e continua a meter-me nojo as informações dadas sobre esse tal Parque Nacional onde tudo se desenrola como se tudo fosse Gerês.

No Gerês! Foi no Gerês, perderam-se no Gerês, morreu no Gerês. Acho que já é sem tempo que, tratando-se de um Parque Nacional, bem grande, dividido ao meio pelo rio Lima, tudo o que lhe diga respeito não se confine apenas ao Gerês. Pelo menos, que se confine a essas duas metades. Sempre achei a nossa malta das informações, jornalistas ou pseudo-jornalistas, muito desatentos em relação a tudo e muita dessa desatenção é relativa ao dito Parque e a tudo que nele se desenrola.

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Alto da Pedrada, também conhecido por Outeiro Maior, em cartas militares

Para mim é gente desatenta e até dão a entender que de Geografia não percebem nada. Houve tempos que eu dizia que essa gente andou toda a estudar para burros. Eu sei que essa malta só tinha uma coisa a ver comigo. Defender as raposas e por isso não havia peles para distribuir na altura dos exames. Também se passou a defender os burrinhos e, por essa razão, não havia orelhas para distribuir. Mas há uma coisa que eu tenho a certeza: "este país ficou cheio de doutores que passaram a viver à custa dos subsídios do Estado, aldrabando quase tudo o que mexem. E como eu não sou como o velho professor Marcelo a distribuir valores, acho que mais de metade desses doutorecos estão bem abaixo da média. Lamento mas é o que eu penso e não penso isso por acaso. É pena mas é a nossa realidade.

Não foi por acaso que a serra de Soajo andou a fazer iô-iô, entre manápulas sujas de alguns geógrafos que, mesmo que tivessem o cérebro grande, a sua massa cinzenta seria do tamanho da cabeça de uma galinha, em tempo de epidemia. Tal como os que aparecem hoje a dizer que a lua é oca, eu penso o mesmo desses geógrafos prodigiosos - cérebros ocos que tentaram acabar com a serra de Soajo.

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Alto da Pedrada, o ponto mais alto da serra de Soajo, mais alto do distrito de Viana do Castelo, entre o rio Lima, o Minho e o mar

E continuo a não esquecer o capitão de Aveiro que me disse, de viva voz: "vocês vão ficar sem a serra de Soajo". Era um capitão de Abril que gostaria de ter tentado antecipar essa festa de 1974 para 1973. O que ele mais gostaria era entrar na tal Assembleia de então, encosta-los todos à parede e leva-los para lugar seguro.

O que eu quero, apenas e só, quero ver a serra de Soajo localizada no seu lugar geográfico de séculos.


As Montanhas Lindas do Ventor, são as montanhas da serra de Soajo, da serra Amarela, do Gerês, ... são as montanhas dos meus sonhos e são, também, as montanhas de toda a minha gente

O Baptismo do meu Rio

Voltando ao cartão de identidade do rio de Adrão.

O rio Adrão nasce aqui, nos Sorreiros. Estas são as primeiras gotas, num mês de Agosto

Como devem calcular, eu estou-me nas tintas para o nome que queiram dar ao rio de Adrão. O rio de Adrão tem mais nomes que qualquer outra coisa que me recorde momentaneamente.

Quando eu era pequeno, para nós, o rio Adrão, começava no rio da Fraga, descia pelo rio da Leira, passava como rio da Ponte, rio de Outeiros, rio da Veiga, rio do Curral das Cabras e continua até abraçar o rio Lima, com outros nomes como rio da Trapela, rio da Laceira e outros troços que vocês conhecem melhor que eu.

Aqui é o troço do rio a que chamamos, rio da Fraga

Os nomes dos troços do rio serviam e servem para identificar as localidades e referenciar onde alguém se encontrava (encontra), relativamente ao rio, no seu todo. Uns tempos atrás, li notícias em órgãos escritos, ouvi na rádio e televisão, que um desportista (canoagem, creio), tinha morrido no rio Adrão e eu, tal como noutros tempos, pensei: "rio Adrão, mas onde"? E, como gosto de identificar as coisas o melhor possível, só parei quando soube onde. Já não me recordo mas terá sido lá para baixo, para os lados da Trapela. Não estava em causa o rio, mas o troço do rio.

Para além do rio e do troço do rio, ainda tínhamos os poços do rio. "Viste o meu Luiz, João"? O seu Luiz ficou no rio X, no poço Y (não em lagoas). Disse-me que só saía de lá quando apanhasse uma truta quase do tamanho de um salmão". Significava isso que podia esperar e quantas vezes de chibata na mão!


O rio Vez nasce na serra de Soajo, num local chamado Seida e reduzindo mais a escala, em Lamas do Vez. Sai dali a cantar até encontrar o rio Lima e, dali, partem os dois abraçados até ao mar.


O rio de Cabreiro, cujas águas descem da fonte das Forcadas e, chegando ao fundo, viram à esquerda e depois descem, correndo pela mata do rio Ramiscal, segue o seu rumo até ao Vez. Mesmo juntinho à fonte das Forcadas, já vi nascer as águas da Corga da Vagem, em pleno mês de Agosto. Tinha chovido e saíam do fundo do poulo em grande alvoroço, rumo a Bordença e, para mim, rio de Bordença, até morrer. Mais algum tempo e "ah, tá"! (Já está)!

Aqui é o rio da Ponte. E todos os demais nomes de troços que se seguem rio abaixo

No meu tempo, só ouvi chamar ao nosso rio, o rio Adrão uma vez e foi em Paradela. Diziam-me que Adrão tinha muita água e era uma terra rica. Já nessa altura, para mim, era apenas uma criança, riqueza era ter saúde e trabalhar.


Não serei eu a trocar o nome ao rio, nem a desfazer-lhe os troços cujos nomes a minha gente lhe dava e ainda dá. Quando andava pela Assureira, quando o rio lá no fundo ia todo branquinho, quase só uma cachoeira, dizíamos: "olha como vai grande o rio da Trapela"!

Eu em Soajo nunca ouvi falar do rio Adrão ou do rio Soajo. Ouço falar apenas do Poço Negro. Vamos ao Poço Negro. Ou outro, mas normalmente é o negro. Acho bem que fiquem com os Poços Negros ou brancos. É em Adrão que se ouve cantar o rio.


As Montanhas Lindas do Ventor, são as montanhas da serra de Soajo, da serra Amarela, do Gerês, ... são as montanhas dos meus sonhos e são, também, as montanhas de toda a minha gente