O Penedo do Osso
Há dias estive em Adrão 3 vezes por motivos impensáveis, durante a caminhada normal da vida. Olhei tudo o que pude, em redor e, desde a Quelha da Costa, tirei esta foto à Férrea e ao Penedo do Osso.
Férrea e Penedo do Osso
No primeiro plano a Férrea e no topo da direita um amontoado de rochas a que, no meu tempo chamavam o Penedo do Osso. Já subi e desci esses montes a correr várias vezes. Duma vez, na zona do centro inferior da foto, tropecei numa raiz de tojo e rolei encosta abaixo, só parando junto de um ninho de perdiz, cheio de ovos.
Havia uma história que o ti Gonçalo me contava sobre uma grande cobra que havia na zona da sombra do Penedo do Osso, em que uma vaca parida ia lá dar de mamar a uma cobra. As pessoa sabiam que a vaca tinha o úbere cheio de leite e saía de lá com ele vazio. Lá foram estudando a manobra da vaca e, um dia, foram lá e mataram a cobra que mamava o leite que pertencia ao bezerro. Seria, segundo ele, uma cobra gigante.
Estas são as minhas flores preferidas, chamam-se - Jasione Montana L.
Mas a minha história é outra. Essa sim, vivida por mim. Com cerca de 12, 13 anos, tentei atravessar todas essas rochas, da direita para a esquerda, em direcção à Chãe do Boi, onde uma das minhas vacas deveria estar. Apontei as outras, pelo lado da sombra, direitas ao Poulo da Férrea e armei-me em campeão dos rochedos. Na zona do topo das rochas deparei-me com a maior cobra que até hoje vi na serra de Soajo.
Era toda verde-escuro. As que havia em redor dos moinhos do rio de Adrão eram grandes mas aquela era enorme. Eu acho que se tivesse sido possível matar aquela cobra, cairia por terra a teoria dos especialistas que afirmam, a pés juntos, que na Europa a cobra rateira é a maior de todas e só atinge os 2,5 metros.
Acham que há ervas mais lindas que as de Adrão? Ainda por cima floridas com a, Jasione Montana L. A foto foi tirada de longe. Tenho pena não ter entrado lá dentro
Imaginem como eu recuei até ao local onde tinha entrado. Segui pelo mesmo caminho onde racionalmente calculava que todas as cobras tinham fugido mas, até me ver livre daquele troço da minha caminhada, achava que todas as cobras do mundo me perseguiam. Escusado será dizer que nunca mais tentei atravessar essas rochas!