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Adrão e o Ventor

Eu nasci na serra de Soajo e Adrão, nas suas encostas, é o meu berço

Adrão e o Ventor

Eu nasci na serra de Soajo e Adrão, nas suas encostas, é o meu berço

Nasci em Adrão e, desde muito novo, iniciei as minhas caminhadas pela minha serra - a serra de Soajo. Em 2009 ouvi falar de uma cruz que tinha sido colocada no Alto da Derrilheira. Numa caminhada realizada com os meus companheiros e amigos da serra de Soajo, Luiz Perricho, António Branco e José Manuel Gameiro, fomos recebidos no nosso mais belo Miradouro como mostra esta foto.


Algumas das vacas da serra, receberam-nos e, na sua mente, terão dito: «contempla Ventor, mais uma vez, toda esta beleza que nunca esqueces. Este é o teu mundo e é nele que o Senhor da Esfera te aguarda». Tem sido sempre assim, antes e depois da Cruz.


Se quiserem conhecer Adrão, Soajo e a nossa serra, podem caminhar pelos meus posts e blogs. Para já, só vos digo que fica no Alto Minho.



Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!


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Aqui nasce o rio Adrão


Das melhores coisas da minha vida, foi caminhar no rio de Adrão. Até aos 15 anos e depois, à medida que por lá ia passando. Nesses tempos eu caminhava no meu rio como caminho hoje por muitos trilhos limpos.

 

O rio Adrão nasce aqui e vai perder-se enleado em matagais sem fim


12.04.13

Adrão, mais um Sonho


Ventor

De facto, os sonhos , pelo menos alguns, são autênticos fenómenos.

Às vezes, quando faço as minhas caminhadas por Adrão e subo até à Pedrada, quando chego ao Alto da Derrilheira, observo tudo o que se passa lá por baixo.

Uma das minhas imagens preferidas, por onde os meus olhos mais se demoram, é o Alto do Gondomil, o monte frente ao lugar de Adrão. Penso sempre em dar uma caminhada por lá, de um lado ao outro e penso iniciar essa caminhada, pelo lado do Fojo, portanto, do lado da Coroa.

Há bastantes noites atrás, com a minha coluna, a anca esquerda e a dobradiça da perna direita enferrojadas, estava tão aflito que achei que naquelas condições, nem Pedrada, nem Gondomil, nem nada. Estaria tramado se estivesse em Adrão!

Mas não! O Senhor da Esfera e o meu amigo Apolo, encarregaram-se de me levar fazer essa caminhada que há tantos anos não faço e só com os olhos me safo.

Aqui, era uma noite de chuva mas, dentro do meu cérebro, tudo se compôs.

Apareci em Adrão, num belo dia de sol, subi a Coroa, e fui até ao Fojo. Iniciei a minha subida rumo ao Alto do Gondomil e era tudo tão real que me parece, ainda hoje, tempos depois que, na verdade, eu fiz aquela caminhada.

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O Alto do Gondomil visto pela minha máquina desde a subida para o Poulo do Muranho, em 2009, com uma passagem pela Chãe do Boi

O dia estava uma maravilha! O meu amigo Apolo, radiava a sua presença por todos os lados. A minha máquina, apertada nas minhas mãos, disparava em todas as direcções. Eu ziguezagueava para um lado e para outro.

Seguia o cume do Gondomil como uma serpente, tentando apanhar o lado da Várzea-Olelas e o lado de Adrão. Não deixava nada para trás. Quando me virei para a encosta de Adrão, via as mesmas urzes floridas de branco como as via com cerca de 12 anos, em 1958. Eram as urzes onde a raposa tentara apanhar uma ovelha à minha velha amiga, a tia Custódia. Eram as rochas, eram os tojos, eram os fetos, ... tudo como nos velhos tempos. Até Adrão era desse tempo! Nos pinheiros do Barroco e da Centieria só existiam, como então, as carrascas rosadas e o som das abelhas lá estaria. De seguida, eu iria caminhar entre as carrascas floridas e as abelhas, descendo do Gondomil em direcção ao Poulo da Fraga. Seria tudo como dantes!

Mas não! Deparei, lá de cima, com um grande reservatório de água que ocupava todo o espaço abaixo da nascente das fontes. A barragem começou a ser construída desde a Açoreira. Eu achava que a barragem não oferecia segurança nenhuma e, não tardaria muito, iria afogar tudo pelo rio Lima abaixo. Foi o único sinal negativo neste meu sonho. O mais real de tudo foram as fotos que eu tirava e espreitava na minha máquina. Fotografava a zona de Ribeiro de Baixo e a passagem do rio Laboreiro para os montes de Olelas, em Espanha, desde o Alto do Gondomil. Via as águas brancas que desciam o rio e estava admirado por ser verão e o rio trazer tanta água para a represa de Lindoso. Porém, na realidade, tenho dúvidas que locais de Ribeiro de Baixo que eu via na minha máquina quando aumentava o zoom, se vejam do Alto do Gondomil. Mas, o mais lindo de tudo eram as urzes floridas de branco. Do Alto do Gondomil, observava o Alto da Derrilheira e pensava como tudo era lindo visto de lá mas não era menos lindo visto cá de baixo.

Espero que, num futuro próximo, vá fazer uma caminhada pelo Alto do Gondomil!

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Outra imagem, desde o Poulo do Muranho, onde se vê o monte por cima da coroa e parte de Olelas, em Espanha. Quero subir esse monte e seguir na cumeada do Gondomil

Eu sei que não haverão por lá muitas urzes floridas, nem as carrascas floridas do Poulo da Fraga ao Poulo da Centieira com a sua orquestra de abelhas na sua azáfama da colheita do pólen, nem a tal represa que entrou na minha cabeça mas penso que o Senhor da Esfera e o meu amigo Apolo ainda serão companheiros nessa minha caminhada de sonhos e me permitirão observar, no real, as muitas belezas que ainda por lá restarão. 


As Montanhas Lindas do Ventor, são as montanhas da serra de Soajo, da serra Amarela, do Gerês, ... são as montanhas dos meus sonhos e são, também, as montanhas de toda a minha gente