O Presépio
O Papa e o Presépio!
Os Papas são homens e, como tal, sujeitos a erros. Os Papas não são infalíveis, não são santos, não são divinos e, até se quiserem, muitos deles não passam de uma treta!
Por isso mesmo, por serem homens, papas, cardeais, bispos, padres, ... são, tal como outros homens, também, uns vira-casacas! Foi o caso de muitos deles perante o caminhar da história, séculos fora.
Temos, agora, o caso deste último Papa, Bento XVI! Gostava de saber que lhe deu para querer ser realista numa coisa tão simples como o facto de os burrrinhos, das vaquinhas, das ovelhinhas, dos porquinhos, das galinhas dos vizinhos estarem ou não estarem na mangedoura, na tenda, ou numa barraca, em Belém, dois mil anos atrás!
O Presépio tal como as crianças o sonham!
Que interesse tem para o caminhar da Igreja, ser verdade ou mentira ter havido alguns animais a aquecer o Menino acabado de nascer? Se calhar o Papa nunca viu, nem imaginou de tantas crianças que nascem nos frios e gélidos invernos, em casas, semelhantes à cabana do Menino Jesus e são logo embrulhados em mantas não esterilizadas, por onde caminham galinhas e galos, cães e gatos, ratinhos e ratazanas, ... se calhar o menino que veio a ser Papa, nasceu numa lareira de pedra e, tal como muitos, sem vacas, nem ovelhas, nem burrinhos mas, na hora de procurar o meu amigo Apolo para os substituir nesse bafo aquecido, juntando alguma esperança para a caminhada do dia seguinte, tal como acontece a alguns, aquele que nomearam de Joseph Alois Ratzinger, escapou-se pelas mãos daquela que fazia de prateira e bateu com a cabeça na pedra da lareira, o seu primeiro contacto com o mundo exterior, como eu já vi acontecer.
Porém, se assim foi, escusava de embirrar com as ovelhinhas, as vaquinhas, os burrinhos, ... que, eventualmente, estiveram ou não, na cabana de Belém. Se estivesse aqui o meu Quico, ter-me-ia dito que, se calhar, o homem, ensonado, só lá terá visto os reis Magos ou, nem esses!
Se calhar, o homem pensa que a cabana de Belém terá sido um palácio de reis onde os animais não poderiam caminhar nas escadarias por onde só passavam dignitários como os da actual Roma.
Porém, seja porque motivo fôr, não será por acaso que, nascido eu no chamado dia de Reis, dou mais valor à cabaninha do Menino, às ovelhinhas, ás vaquinhas, aos burrinhos e muitos outros quer lá tivessem estado ou não, que a muitos dos que caminham nos escadórios da Basílica de S. Pedro, sejam eles ou não, Papas.
Como será que o Papa actual interpretará a vida de Cristo? Não será, certamente, como Sir John Everett Millais fez nesta pintura
Lembrando-me de Papas que originaram perseguições sobre cidadãos do mundo que por qualquer razão, não estariam de acordo com os seus desvarios, como eu não estou neste momento com o desvario Papal de denegrir o Presépio, esse mundo das crianças que apenas tem o "mal" de os ajudar a gostar dos animais e da história simples desse outro Menino a quem chamam Jesus, só posso esquecer esse cardeal alemão a quem outros fizeram Papa e relembrar a beleza do Presépio, tal como o conheci, apenas aos 15 anos de idade.
O que recordo do Presépio é o brilho nos olhos das crianças que o revivem todos os anos bem como a alegria da interpretação que fazem com a presença dos animais que, na sua imaginação aqueceram Jesus, na noite fria de Belém.
Que acham que eu vou recordar de Bento XVI? O papa que nasceu numa casa que não terá nada a ver com a cabana de Belém, que passou por Roma sem saber porquê e que, certamente, não gosta de animais nem de crianças! Quem não gosta do Presépio, não gosta, de crianças e de animais. Para já é tudo. Creio que foi muito mal substituído João Paulo II. Imajino o que pensariam os outros Bentos de I a XV!