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Adrão e o Ventor

nas suas caminhadas por Adrão e pela serra de Soajo. Eu nasci na serra de Soajo e Adrão, nas suas encostas, é o meu berço

Adrão e o Ventor

nas suas caminhadas por Adrão e pela serra de Soajo. Eu nasci na serra de Soajo e Adrão, nas suas encostas, é o meu berço

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Vejam estes golosos a comer rojões assados na serra mais linda do mundo - a serra de Soajo


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Assar rojões na serra de Soajo, nos braseiros dos torgos das urzes, é uma tradição de séculos. Os que eles estão a comer em cima, são estes. Eu estou de serviço às fotos.

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Glória Afonso - 90 Anos

Caminhada na Net.

Fiquei tão contente por vos ver, que não me canso de ouvir o som das vossas concertinas. Creio, Manel, Prazeres e todos os outros, que devo incentivar-vos a prosseguir agarrados às vossas concertinas, sem desânimo

Sim, por vezes, aventuro-me em caminhadas que nem sonho!

Hoje, foi um desses dias. Apeteceu-me dispender de uns minutos para ver se haviam outros Blogs que falassem de Adrão para além dos meus e mais uns poucos que estavam por aqui e que, mal ou bem, eu tenho conhecimento da sua existência.

Sem eira nem beira, entrei no YouTube e dei logo de caras com esta velha amiga!

Quando tropeço, na Net, com velhos amigos, eu sinto-me muito pequenino, como nos tempos que andava agarrado à roda da saia da minha mãe.  

Ao ver a tia Glória, fui obrigado a ouvir música. Para mim, para minha animação, nada como ouvir o "rebate" de uma concertina.

Ainda um dia destes estive encostado a um muro no Carril, em Adrão, a observar as vossas casas, como no tempo em que só lá havia uma. E, nesse instante, passaram-me pela cabeça os meus amigos de outros tempos: os Caturnos!

Vi desfilar todos. Todos os do meu tempo! E, entre todos, a concertina e o Simião, quando ele se  agarrava com tanto afinco, e tão bem, àquela maquineta que seu pai lhe trouxera de França.

Hoje, não sei quem toca a concertina, se calhar todos, mas sei que a família está ligada e a tia Glória, com os seus 90 anos é prova disso. Ela, filhos, netos, se calhar bisnetos, não sei (porque muitos anos nos separam) e, também as concertinas aí estão, caminhando na Net, ao lado do Ventor.

Ouvi-vos tocar e cantar e ouvi o Sargaceira que não tenho o prazer de conhecer, na sua desgarrada, referenciar a Tasca do Carrasco, quando cantavam debaixo daquele grande monumento verde a que chamamos: Carvalho de Eixão. Gostei de ouvir referenciar  a Tasca do Carrasco porque essa Tasca era o único ponto de rerência, em Adrão, nos nossos velhos tempos e, hoje, o som do seu nome, ainda se faz sentir bem alto.

Hoje certifiquei-me que não há nada que chegue às festas para unir as pessoas. Adrão é um lugar que está vazio de gente, mas as festas sempre trazem o fermento que faz crescer o seu corpo. Adrão como Riba de Mouro, estão ligados por vós. Em Julho passado, caminhei duas vezes por Riba de Mouro e só imaginava, por aquelas paragens, nas suas brincadeias de crianças, os meus velhos amigos Caturnos que ajudaram Adrão a crescer.

A ver estas casas, nunca deixo de, mentalmente, deixar um abraço à tia Glória

Para todos vós, sem excepção, deixo aqui um grande abraço e para a vossa e nossa Glória, desejo toda a glória do mundo com muitos mais anos pela frente para que eu possa continuar a ouvir essas concertinas.


As Montanhas Lindas do Ventor, são as montanhas da serra de Soajo, da serra Amarela, do Gerês, ... são as montanhas dos meus sonhos e são, também, as montanhas de toda a minha gente

Arcos de Valdevez e o seu Rio

No sábado passado, 13 de Junho, dia de Stº. António, fui alertado por um telefonema.

«... Tá"! "Sabes onde estamos»?

"... Diz-me e ficarei a saber"!

«Estamos no restaurante, 'O Lagar', em Arcos de Valdevez»!

São belas as cachoeiras do rio Vez, em Arcos de Valdevez

São verdinhos, os carriços do rio Vez

Aí, espevitei logo! E, pensei: "Arcos de Valdevez, fica nas fraldas das minhas Montanhas Lindas"!

Imaginei-me logo a observar as águas límpidas do rio Vez, a trazerem-me mensagens de lobos e águias que galgam e sobrevoam as suas margens, sobre as cachoeiras de águas brancas que descem as montanhas a cantar.

Imaginei aquela brisa suave que faz sussurrar os choupos, permitindo que o Ventor ouça as águas a cantarem, repetindo todas aquelas belas canções que foram trauteando, montanha abaixo, de cachoeira em cachoeira, de rodopio em rodopio. Mas, não esqueço que, além das belas canções, elas trazem-me, desde as suas nascentes, os uivos dos lobos e o pio inconfundível das águias.

São belas as águas serenas e a sua mata, o paraíso das pêgas e demais passarada

A Igreja da Misericórdia, em Arcos de Valdevez

Quando eu caminho pelos Arcos, há duas coisas que nunca deixo de observar atentamente: os cabeços em frente, que descem desde a Pedrada e as águas límpidas do rio  Vez.

Eu sei que elas continuam a chorar as Caminhadas do Ventor que, em grandes correrias, galgando moitas e fetos ou, com a paga de uma côdea de pão de milho, comprava a amizade de um belo garrano e, juntos, galgávamos tudo nas nossas Montanhas Lindas e atravessávamos toda a Seida até às suas belas nascentes.

Local das minhas passagens obrigatórias, encruzilhada de sonhos

A beleza do rio Vez está presente em todo o seu trajecto, desde Lamas do Vez, onde nasce, até abraçar o rio Lima, junto a Ponte da Barca. As águas do Vez, vão escorrendo, num misto de alegria e pavor, entre as belas montanhas de Sistelo, cantando ou gritando, de cachoeira em cachoeira, para espantar o medo e, aproximando-se dos Arcos, sereneiam, para observarem com muito mais tranquilidade, as suas margens serenas.

A Ponte Velha sobre o rio Vez, em Arcos de Valdevez

Por ali, na caminhada dos seus ciclos, de ano após ano, elas já na sua quietude, têm tempo para repousar, observar os campos dos Arcos, tentar ouvir as estucadas das lanças, o relinchar dos cavalos de D. Afonso Henriques e do seu primo galego que, no grande torneio, expõem a sua vida em troca de alguns troços de terrenos, por acaso, dos mais lindos do mundo!

Ali, nas margens do belíssimo rio, ainda podem escutar hoje, se estiverem atentos, os golpes das lanças, o relinchar dos cavalos e os gritos de todos que, por motivos vários, cada um à sua maneira, julgava o momento, em que os cavaleiros se empenhavam no fragor de uma luta, sempre presente, antes e depois desse torneio.

D. Afonso Henriques, o vitorioso do Torneio de Arcos de Valdevez

Mas, pelas minhas Montanhas Lindas, pululam as Musas das Fontes que, desde Lamas do Vez, foram descendo aquelas montanhas, para entrarem, também, na peleja.

Elas, as Musas das Fontes, sabiam que o Ventor não podia tomar qualquer partido, por ordem do Senhor da Esfera, mas sabiam, também, o que ele queria!

Sabiam que, dali, só podia sair um vencedor, que esse vencedor seria sempre um Afonso e que, esse Afonso, só podia ser o nosso e, por isso, esse pedaço de Paraíso, só poderia ser nosso, também.

Por isso, as Musas, nunca tiraram os olhos da lança de D. Afonso Henriques. Foi a força do seu olhar, do olhar das Musas, que derrotou os galegos!

Consumada aquela Vitória, que seria a vontade do Ventor, elas subiram cantando laudas ao Senhor da Esfera e voltando a rumar, montanhas acima, pelas suas belas Fontes, por onde se banhavam até chegarem às nascentes do Vez, onde encontraram o Ventor deitado no relvado do poulo, a cismar, pensando como seriam aquelas nascentes se viessem, um dia, a ser espanholas!

Afonso VII de Leão, o vencido

Mas as Musas que chegaram com a boa nova abraçaram-se ao Ventor, gritando Eureka! Nós vencemos. O Senhor da Esfera esteve connosco! E começaram a dançar com o  Ventor que acreditou sempre na Vitória, pois todas as suas forças estavam preparadas para se tornarem numa única Força - a Força!

De todos os anfiteatros que se debruçavam sobre os belos campos dos Arcos do Vale do Vez, todas as forças vivas embrenhavam-se numa força só - a Força!

Afonso VII, durante uma noite, perdido nos Arcos

Os lobos, os ursos, os javalis, as raposas, as martas, as fuinhas, os coelhos, as águias, os falcões, os tecelões, os pombos, as rolas, os gaios, as perdizes, os pintassilgo, os melros, as pegas, os ... todos os seres vivos que se debruçavam desde a Pedrada, sobre o Vale do Vez, formavam uma força só. A Força! Essa Força, pela mão do Ventor e pelos olhos das Musas, concentrou-se toda no cavalo, no nosso Afonso e na sua lança.

Assim , a Vitória estava garantida!

Rio Vez e a sua serenidade, depois de corridas tormentosas pelos desfiladeiros de Sistelo, nos contrafortes das minhas Montanhas Lindas

Mas o Alex e a Tina quiseram ver mais de perto as minhas Montanhas Lindas e foram-se aproximando de Soajo. Por isso, eles não tiveram tempo suficiente para ouvir o brado da derrota de noestros hermanos galegos. Viram as paisagens mas não viram os campos da Justiça - o símbolo do Torneio de Valdevez, nem o Pelourinho de Soajo. Mas, como se costuma dizer, Roma e Pavia não se fizeram num dia. Haverão melhores tempos.

Obrigado, amigos, pelas fotos. Assim não preciso de procurar as minhas todas.


As Montanhas Lindas do Ventor, são as montanhas da serra de Soajo, da serra Amarela, do Gerês, ... são as montanhas dos meus sonhos e são, também, as montanhas de toda a minha gente

D. Abílio Ribas - A Homenagem

Várzea - A Cruz.

 

A cruz que homenageia o Bispo, D. Abílio Ribas

Algum tempo atrás, pelo telefone, disseram-me que alguém iria levantar uma cruz de pedra no Muranho.

Quando perguntei quem era, foi-me dito que seria um emigrante cheio de dinheiro. Só podia! "E porquê no Muranho?" - Perguntei eu.

A resposta foi que era para ser vista de todos os lados.

"De todos os lados? No Muranho"!

Achei que se o objectivo era a cruz ser vista de todos os lados, aquele local só terá sido escolhido por alguém que não conheceria bem a serra de Soajo. E, pensei cá para mim que, o ideal seria o Alto da Derrilheira, porque se fosse no Muranho, a cruz só seria vista de alguns lados. Depois pensei que só seria alguém que gostasse tanto do Muranho como eu e que iria lá colocar uma cruz para agradecer ao Senhor da Esfera tê-lo ajudado na sua caminhada por esse mundo. Alguém que, tal como eu, tivesse feito a sua caminhada com os iglos de pedra, do Muranho, na sua cabeça.

Mais tarde, disseram-me que a cruz era para fazer uma homenagem a um Bispo da Várzea. "A um Bispo da Várzea"? Achei que seria uma brincadeira. Um Bispo da Várzea! Então ando aqui há tantos anos e porque carga de água eu nunca ouvi falar de um Bispo da Várzea? Nem o Senhor da Esfera me contou! E porque carga de água iriam levantar uma cruz, no Muranho, para homenagear um Bispo da Várzea?

Algo não bateria certo!

Em Julho passado, quando caminhava da Peneda para Soajo, via Paradela e Cunhas, junto à estrada que passa no monte que serve de divisória hidrográfica entre a Várzea e Paradela, vi uma cruz nova. Não dei importância à cruz porque pensei que fossem os de Paradela que levantaram ali uma cruz para, nos dias de festa, levarem a procissão desde a capela, lá no fundo do lugar, a dar a volta naquela cruz mas, algo não batia certo. Como quererão, agora que tudo anda tão cansado, querer fazer uma procissão tão longa!?

Em Agosto e, fazendo a caminhada ao contrário, dos Arcos de Valdevez para Adrão, com passagem por Soajo, Cunhas e Paradela, olhei a cruz e, já com mais tempo, encostei o carro e disse: "é agora! Fiquem no carro que eu vou ali ver a cruz e a placa".

A placa da homenagem

Lá estava a cruz a abraçar a Várzea, a abraçar Olelas, em Espanha, a abraçar, lá no topo a serra da Peneda e, do lado contrário, abraçava os montes de Paradela, Lindoso, Cidadelha, a serra Amarela ... e, também, lá longe, o Alto da Derrilheira!

Mas observando a placa, agora que eu já sabia que, afinal, a Várzea, era o lugar que sempre tinha dado um Bispo ao Mundo, ali estava confirmado!

Olhei em volta e verifiquei que, o D. Ribas, tal como eu, perdemos as belezas que nos viram nascer e, que tal como o John Denver, todos tínhamos as nossas Country Roads, aquelas estradas que nos levariam de volta à nossa Virgínia. A Virgínia de D. Ribas, a sua Várzea, e a minha Virgínia, o meu mundo de sonhos - Adrão!

Mas, no dia seguinte, rumando à Pedrada nos meus sapatos de alcatifa, observei mais uma cruz, tal como eu gostaria, no Alto da Derrilheira. No entanto, não deixei de observar que estava mal colocada. Os de Soajo, seja porque motivo fôr, colocaram a cruz virada para Soajo, quando, segundo me parece, um pouco mais ao lado, continuaria virada para Soajo, mas seria vista de todos os lados!

Mas não faz mal! O Senhor da Esfera sabe bem o que faz ali. Só é pena que não seja visto, o melhor possível, de todos os lados!

Mas não estou a fazer este post para criticar a posição da cruz. Afinal o marco de pedras, no Alto da Derrilheira, continua bem visível e, até agora, ele fazia bem o papel da cruz! Porque, tal como a cruz, o nosso marco de pedras era o sinal que referenciava as maravilhas da nossa serra.

Fiquei sem saber se a Cruz da Derrilheira também seria para homenagear o D. Abílio mas, pelo que vi, ela seria para fazer um pedido ao Senhor da Esfera que protegesse a serra de Soajo.

Mas tudo bem! Agora sei que a Várzea deu ao mundo um Bispo e que as gentes de Soajo lhe prestaram a sua homenagem à qual me quero associar.

Já fiquei a conhecer parte da caminhada de D. Abílio Ribas. Ele caminhou por Angola e por S. Tomé e Príncipe, onde foi Bispo durante, pelo menos, um pouco mais de duas dezenas de anos.

Ora, sendo eu, Ventor, respeitador de todos aqueles que servem a casa do Senhor, não podia deixar de me associar a todos aqueles que quiseram dizer ao mundo que havia um Bispo, nascido na Várzea, a correr mundos e que Roma se dignou colocar à frente daquele seu Principado.

Tão longe e tão perto, D. Abílio Ribas! Deixo aqui a minha homenagem à sua pessoa, como filho da Várzea e como cidadão do mundo que, durante tantos anos caminhou, servindo o Senhor, no coração da "Mãe negra"! 

A Várzea que, assocoando-a à música de John Denver, "Take me Home, Country Roads", é The West Virgínia, de D. Abílio

Bem-vindo a casa D. Abílio.


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Montanhas com Alma

Adrão, como já todos sabem, é uma aldeia nas montanhas da serra de Soajo. Mas Adrão é mais que isso. Adrão tem alma! Ou melhor, Adrão e as suas montanhas têm uma alma comum.

Em Julho, andei por lá uma semana, mas andei sempre em torno das nossas Montanhas Lindas. Por portas e travessas, não arranjei maneira de subir à Pedrada e, para mim, ir a Adrão sem subir à Pedrada, torna-se uma grande tristeza, pois tudo fica incompleto. Por isso, tinha de lá voltar. Tinha de complementar a minha caminhada. Sinto-me esvaziado de tudo se ando por lá e não consigo pisar os meus montes. Ali sim! Ali sinto-me em solo sagrado!

O Poulo do Muranho, fotografado do Alto da Derrilheira. No centro a beleza de uma rainha das montanhas

Adrão tem alma e a sua alma está impregnada nas suas Montanhas Lindas. Caminharmos nas nossas montanhas é caminharmos, sempre, ao lado da nossa gente. Todos aqueles que nasceram em Adrão e até muitos que nasceram longe, continuam a caminhar nas peugads dos seus antepassados. Todos nós, que andamos pelo mundo, caminhamos de olhos cravados nos horizontes vastos das nossas Montanhas Lindas.

Todos sabemos que as montanhas existentes no nosso Planeta Azul são lindas mas, algo nos diz que nem tudo está bem e concluimos que nem tudo está bem porque não sentimos nas outras montanhas a nossa alma. Quando eu caminho pelos montes que me viram crescer sinto-me a caminhar ao lado de todos que comigo partilharam a sua beleza. Todos que comigo partilharam as águas frescas das suas fontes, todos que comigo admiraram as suas flores, todos os que comigo partilharam os trilhos dos lobos.

Mãe e filho, no Alto da Derrilheira. Eles embelezam as minhas Montanhas Lindas

Creio, também, que estão presentes na nossa alma colectiva, na alma da nossa gente, todos os animais como as vacas, os garranos, as cabras e as ovelhas, tal como sempre estiveram.

Por isso voltei a Adrão apenas para subir à Pedrada e fi-lo, no domingo, com mais três companheiros de caminhada que tal como eu, partilhamos essa alegria com todos aqueles que, através dos tempos, caminharam, por ali. Hoje nós fazêmo-lo por prazer e por amizade para com todos eles que, tal como eu, e alguns de nós, caminhavam por obrigação e necessidade. Eu também tive necessidade de fazer essas caminhadas e, por vezes com alguns sacrifícios, que acabávamos por levar a brincar.

Mas hoje, caminhar, nas minhas Montanhas Lindas, caminhar entre os garranos, caminhar entre  as rainhas das montanhas, é caminhar pela vida, é caminhar no sonho.


As Montanhas Lindas do Ventor, são as montanhas da serra de Soajo, da serra Amarela, do Gerês, ... são as montanhas dos meus sonhos e são, também, as montanhas de toda a minha gente