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Adrão e o Ventor

Eu nasci na serra de Soajo e Adrão, nas suas encostas, é o meu berço

Adrão e o Ventor

Eu nasci na serra de Soajo e Adrão, nas suas encostas, é o meu berço

Nasci em Adrão e, desde muito novo, iniciei as minhas caminhadas pela minha serra - a serra de Soajo. Em 2009 ouvi falar de uma cruz que tinha sido colocada no Alto da Derrilheira. Numa caminhada realizada com os meus companheiros e amigos da serra de Soajo, Luiz Perricho, António Branco e José Manuel Gameiro, fomos recebidos no nosso mais belo Miradouro como mostra esta foto.


Algumas das vacas da serra, receberam-nos e, na sua mente, terão dito: «contempla Ventor, mais uma vez, toda esta beleza que nunca esqueces. Este é o teu mundo e é nele que o Senhor da Esfera te aguarda». Tem sido sempre assim, antes e depois da Cruz.


Se quiserem conhecer Adrão, Soajo e a nossa serra, podem caminhar pelos meus posts e blogs. Para já, só vos digo que fica no Alto Minho.



Depois? Bem, depois ... vamos caminhando!


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rio adrão.jpeg

Aqui nasce o rio Adrão


Das melhores coisas da minha vida, foi caminhar no rio de Adrão. Até aos 15 anos e depois, à medida que por lá ia passando. Nesses tempos eu caminhava no meu rio como caminho hoje por muitos trilhos limpos.

 

O rio Adrão nasce aqui e vai perder-se enleado em matagais sem fim


31.12.07

Ano de 2008


Ventor

Como seria em Adrão?

Se fosse noutros tempos, como seria que eu faria a minha caminhada de fim de ano de 2007 e início do ano de 2008?

Simples. Muito simples!

Seria fim de ano. Seria tempo de trabalho. Sempre tempo de trabalho, mas não tempo de escola. Por isso, eu continuaria atrás das minhas vacas e a caminhada, nesse ponto, seria sempre o mais simples possível.

Controlá-las, só, ou com ajuda da   familia e amigos e, por fim, a saga de as ir buscar. Sem custos especiais se o tempo estivesse bom, com custos dolorosos se estivesse de chuva e frio. Especialmente chuva puxada a vento frio. Se por acaso estivesse de neve, seria uma brincadeira!

Depois de tudo arrumado, havia necessidade de pôr o programa em andamento. O programa era pre-estabelecido. Quantos e como? Quantos fazíamos parte do grupo que iria pedir as janeiras e como o iríamos fazer. Primeiro havia que assentar arraiais. Jantar (nós chamávamos cear) e, de seguida, preparar para a festa.

Era aquilo que, no meu tempo, se chamava a festa dos moços pequenos. Era mais pedir as janeiras do que cantar as janeiras! Pedir todos sabíamos fazer mas, cantar, tornava-se mais difícil! Por fim, pedia-se e cantava-se. Mas nós tínhamos um problema. Era o problema da cadeia! Cadeia de encadeamento de idades. A partir dos 14-15 anos, tudo se complicava. A miudagem começava a bater as asas, preparando-se para voos com destinos insondáveis. Todos sabíamos que era lá longe, mas não quanto! Ali a cadeia quebrava-se. No entanto, aqueles que ficavam, queriam dar continuidade à festa.

Vamos, então, pedir as janeiras!

A primeira vez que pedi as janeiras, teria cerca de 4-5 anos. Os moços crescidos foram pedir as janeirase nós tentamos imitá-los. Eu e um primo meu, mais velhinho uns meses, fomos a casa de uns tios nossos e resolvemos fazer a nossa cantoria:

«Oh, ti da casa,

somos cinco,

somos seis,

vimos-lhe pedir o reis»!

Isto não foi nada de especial! Mas demos origem a uma batalha lá em casa. O nosso tio, que nos achou muita piada, queria dar-nos a maior chouriça que tinha no fumeiro.  A nossa tia que nos achava muito pequeninos, achava que nos deviam dar uma chouriça pequena para nós não a arrastarmos pelo chão.

Foi o diabo mas trouxemos a grande. Quando íamos no caminho com o pitéu, arranjamos logo transportadora para ela e fomos pedir mais! Arranjamos mais umas duas e a minha irmã encarregou-se de nos tratar do pitéu!

chouriço.jpg

Quem me dera os produtos de outros tempos

Mais tarde, já maiorzinhos, as festas das janeiras continuaram. Pedíamos as janeiras e arranjávamos sempre, uma mulher ou duas para nos fazerem o jantar. Pedíamos as janeiras de porta em porta e recebíamos os "sancos" dos porcos, chouriços, chouriças de carne e de massa, pedaços de presunto ou da pá e outras coisas. Tudo o que servisse para a nossa jantarada. Até dinheiro!

Normalmente a tradição éramos nós que a fazíamos! Era assim porque já tinha sido assim no ano anterior e porque outros também o fizeram em anos passados e assim, as moças, especialmente, as mais velhas, se encarregavam de fazer o nosso baile. Depois tínhamos a mania de emitar os homens, e o vinho não faltava e com ele a festa tornava-se mais animadora.

Eu ainda sou do tempo em que a minha mãe dizia assim: «se te embebedas levas uma tareia»! Sem mais.

O nosso almoço e jantar, no dia um do Ano Novo, era sempre o nosso belo e gostoso cozido à portuguesa. Tudo era bom. As carnes, as couves, as batatas, ... a festa! Valia a pena pedir as janeiras!

Hoje, os que podemos, acabamos o Ano Velho e começamos o Ano Novo sempre em festa. A festa é outra, mas não deixa de ser festa.

Para variar, quem quer vir comigo pedir as janeiras?

Vamos pedir as janeiras? Neste momento, cantar não posso, mas pedir, é só estender o braço com a palma da mão para cima e hoje é dia 31 de Dezembro de 2007! Hoje pedimos e amanhã fazemos a festa.

Vamos a isso e passem o primeiro dia do ano o melhor possível.

BOAS FESTAS PARA TODOS

BOAS SAÍDAS DE 2007

BOAS ENTRADAS EM 2008

ERGO A MINHA TAÇA À VOSA E À MINHA

BOM ANO


As Montanhas Lindas do Ventor, são as montanhas da serra de Soajo, da serra Amarela, do Gerês, ... são as montanhas dos meus sonhos e são, também, as montanhas de toda a minha gente

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